As cidades localizadas ao longo da ferrovia Transnordestina estão em fase de preparação para o início da operação comissionada, prevista para este mês de outubro. Durante essa fase de testes, serão transportadas cargas como soja, milho, farelo de soja e calcário, no trecho entre Bela Vista do Piauí (PI) e Iguatu (CE).
Com 76% de avanço físico, a primeira fase da obra conta com seis lotes em construção e outros dois ainda a serem contratados. A Transnordestina é uma das principais apostas do Governo Federal para alavancar o desenvolvimento econômico do Nordeste.
Investimentos somam R$ 15 bilhões
Desde 2023, os recursos para o financiamento da ferrovia são captados pela Secretaria Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros (SNFI), vinculada ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR).
O investimento total previsto é de R$ 15 bilhões, sendo R$ 4,4 bilhões provenientes do Governo Federal. Um termo aditivo assinado no ano passado garantiu mais R$ 3,6 bilhões do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), com previsão de desembolsos de até R$ 1 bilhão até 2027, quando está prevista a conclusão da primeira etapa.
Primeira fase terá mais de 1.000 km e conexão com outras ferrovias
Com a finalização dos 1.061 km da primeira fase, a Transnordestina poderá se conectar a outras ferrovias do país. A expectativa é de que, ao alcançar o Porto do Pecém (CE), a malha ferroviária ganhe nova escala de operação e gere oportunidades de expansão para o Porto de Suape (PE) e integração com a Ferrovia Norte-Sul.
“A partir do momento que essa ferrovia chegar ao Porto do Pecém, ela ganhará uma nova escala, e, inclusive, mais oportunidades para viabilizarmos outras expansões”, destacou Eduardo Tavares, secretário da SNFI.
Seis terminais logísticos ao longo da ferrovia
Um dos diferenciais estratégicos da Transnordestina será a criação de seis terminais logísticos ao longo dos 1.750 km da linha férrea. Já estão em construção o Terminal Intermodal do Piauí e o Terminal Logístico de Iguatu (CE). As demais localizações ainda serão definidas.
Impacto econômico e social no coração do semiárido
Além do impacto na infraestrutura logística, a ferrovia deve impulsionar o desenvolvimento social e econômico de toda a região Nordeste. A obra se soma a outros grandes projetos do MIDR, como a Transposição do Rio São Francisco, promovendo segurança hídrica e irrigação em áreas do semiárido.
A expectativa, segundo Eduardo Tavares, é de que a ferrovia gere um crescimento estimado de R$ 7 bilhões por ano na economia regional. “A Transnordestina passa também por essa região, no coração do semiárido, onde esperamos um crescimento estimado anual de R$ 7 bilhões. Será muita transformação”, concluiu.
